Big Data Analytics para Profissionais Non-Tech - Menos é Mais: a Importância do Minimalismo na Arte de Contar Histórias - por Fabiano Castello

Artigo

12 Junho, 2019

Reforçando: contar histórias não é um dom, é uma habilidade. É questão de técnica e treino, e para contar uma boa história com dados há necessidade de passar obrigatoriamente por seis passos - veja a coluna original aqui.

Já falamos sobre a importância do contexto e sobre os melhores tipos de gráfico para cada situação. Agora é hora de falarmos sobre eliminar o que não é necessário.

É isso aí: menos é mais! O minimalismo está em alta!

Minimalista é alguém adepto daquilo que é simples e elementar. Na arte pode ser entendido por uma quantidade reduzida de processos, materiais ou até mesmo temáticas. Considerado um estilo de vida para indivíduos que buscam o mínimo possível de meios e recursos para viver. O principal lema do minimalismo é: "quanto menos, melhor". E isso já está presente no estilo visual: já encontramos em jogos para mobile, em aplicativos e em interfaces. O minimalista é simples, fácil de usar, e atinge com sucesso seu objetivo. Vez ou outra, pode realmente parecer repetitivo ou não se destacar. Mas com toda a certeza é algo que produz resultado1.

O mesmo conceito se aplica a visualização de dados e apresentações.

A referência neste assunto é um cidadão chamado Eduard Tufte (site aqui), que em 2000 lançou um livro chamado "The Visual Display of Quantitative Information" (à venda na Amazon, capa dura, R$158). Tufte lançou o conceito de "Data Ink", ou seja, a quantidade de tinta que uma apresentação ou um dashboard têm que está relacionado a dados - no caso, a "ink" ou tinta são os pixels coloridos da tela de um computador. "Non data ink" são os elementos presentes que não são significativos para o entendimento.

Daí vem outro conceito relacionado: "data ink ratio", ou a proporção do que realmente interessa sobre tudo que está num slide ou dashboard. Nossa missão é maximizar esta proporção, e podemos fazer isso de duas formas: aumentar a quantidade de tinta "boa" (o "data ink") ou diminuir a tinta "total" (o "total ink").



Se ficou meio confuso, vamos simplificar: você deve sempre procurar colocar o mínimo possível de coisas num slide ou num dashboard, e se preocupar em colocar coisas que são realmente importantes e significativas. Menos é mais! Fazendo isso você maximiza o "data ink ratio".

   


Veja os exemplos acima, retirados do livro de Cole Nussbaumer Knaflic, "Storytelling with data - a data visualization guide for business professionals", já citado em colunas anteriores. Os dois gráficos transmitem a mesma informação, mas não há necessidade do uso de cilindros ou de sombras. O gráfico da direita é mais "clean", mais fácil de ler. Aliás, quem já fez meus cursos sabe da minha raiva visceral sobre uso de elementos 3D... Mas vamos deixar isso para outra coluna!

Um outro exemplo mais marcante é o abaixo:


   


Novamente, é a mesma informação, mas o gráfico da esquerda está cheio do que chamamos de "chart junk" ou... lixo!!! Para que servem os cifrões, o fundo cinza, a duplicação de "Sales (USD)"??? Para nada! O gráfico da direita é mais fácil de ler e transmite mais informação com as cores e os valores ao lado das barras horizontais.

Muita gente acha que quanto mais informação melhor. Ledo engano: o melhor é colocar apenas a informação necessária. Não apenas é mais fácil de transmitir a mensagem como também é menos informação para ser conferida. Ter insights e fazer descobertas numa visualização entupida é como procurar uma agulha num palheiro...

Na coluna de Julho teremos novidades! Aguardem! E  não perca o curso master de  Data Storytelling com Power BI e Inteligência Artificial para Negócios, que iniciam em Julho.

1Adaptado de https://medium.com/tendências -digitais/minimalismo-digital-60319451096b


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