Um capitalismo digital para o deleite de Karl Marx.

Albert - News

29 Junho, 2018

De todo o dilema entre capital e trabalho que alimentaram discussões acaloradas entre escolas econômicas desde o lançamento de Das Kapital de Karl Marx em 1867, vivemos agora um momento em que podemos criar um outro ponto de vista. A busca do equilíbrio entre os donos do capital e os não donos do capital.

Em um novo livro, Radical Markets de Eric Posner e Glen Weyl, os autores descrevem uma maneira muito diferente de dar às pessoas o controle e o direito ao valor de sua contribuição para o capital. A proposta é tratar os dados que disponibilizamos para Inteligências Artificiais, como Alexa, Google Assistant ou Siri ou Facebook como resultado de um trabalho, para o qual as grandes empresas de tecnologia deveriam nos pagar um salário. Em outras palavras, tratar os dados que essas empresas acumulam como mão-de-obra, não como capital. Ao pagar por dados que criamos ao dar um like em uma foto ou criar conteúdo, Posner e Weyl acreditam que seria mitigado o risco de um desemprego em massa. Seria uma maneira de reconhecer que um cidadão comum contribui para a produção de uma Big Tech, mesmo que ele não trabalhe para ela. 

São apenas ideias, mas que podem ser melhor digeridas para buscar uma solução para nossos dilemas no futuro. Nenhuma solução é fácil na prática. Imagine que as empresas que coletam dados podem ser obrigadas a fornecer acesso aberto a versões anônimas (talvez após a expiração de uma curta "patente de dados" que recompensaria a empresa que se deu ao trabalho de coletá-la com um breve período de uso exclusivo). Em troca do direito de acessar os dados, as empresas poderiam pagar ao governo um royalty anual, que poderia ser distribuído pela população.

O tema é bastante interessante e pode ser lido aqui com mais detalhes na MIT Tech Review.