Big Data Analytics para Profissionais Non-Tech - Os 5 pecados capitais em Apresentações de Powerpoint e Visualização de Dados - por Fabiano Castello

Artigo

12 Novembro, 2018

Na coluna do mês passado comentei sobre a importância de visualização de dados para melhorar nossa capacidade de análise. Se você não viu confira aqui!

No curso Bigdata para Profissionais Non-tech o módulo que fala sobre visualização de dados é um dos que faz mais sucesso. Da lista que compilei com os "14 mandamentos da visualização de dados", existem 5 que classifico como "pecados capitais" não seguir. Na coluna deste mês vou comentá-los. Se você gostar considere fazer o curso na Inova Business School, que acontece em fevereiro de 2019 na Inova e cujas inscrições já estão abertas.

Então vamos lá! 5 pecados capitais!

PRIMEIRO: USAR GRÁFICOS EM 3D!

A Microsoft é uma empresa fantástica. MacOS tem seu nicho e Linux é para os puristas, mas vamos combinar que quem manda no mundo é o Windows. Microsoft rules! Mas nenhuma companhia deste tamanho passa ilesa pelo sucesso.

Um dos maiores malfeitos da história da Microsoft foi introduzir os gráficos em 3D no Excel, o que acabou popularizando uma das piores formas de explicar dados através de gráficos. Aparentemente são bonitos e charmosos, mas na verdade podem esconder partes importantes de informação e prejudicar o entendimento por conta de cores, sombras e inclinações de eixos. Veja o exemplo abaixo:
 



Ambos os gráficos mostram "Labor" com 30% do total, mas o gráfico da direita faz a "fatia" ser muito maior por posicioná-la na frente. Tecnicamente, mais que dobra o número de pixels azul escuro, e a visão humana assume que "quanto mais cor maior é". O 3D distorce a mensagem para o público!

SEGUNDO: IGNORAR QUEM É O PÚBLICO

Muita gente quando você faz uma apresentação ou um dashboard comete um erro básico: pensa em si mesmo e ignora o fato de que quando sentamos na cadeira para pensar numa apresentação ou um dashboard estamos fazendo isso para os outros! Um dos aspectos mais importante na etapa do planejamento é sentar na cadeira de quem vai ver a apresentação ou usar o dashboard. Quem é esta pessoa? Para que vai usar a informação que estou disponibilizando? Conhecer o público é o princípio de tudo e a pior coisa que pode acontecer numa apresentação é a audiência achar que o que você está apresentando não tem serventia para os objetivos dela. Assim que ela percebe muda o foco para os e-mails do celular e deixa você pra lá. Quem ignora o público corre o risco de não levar a informação correta.

TERCEIRO: IGNORAR A NECESSIDADE DO PÚBLICO ALVO

Uma apresentação para diretoria é totalmente diferente de uma apresentação para um grupo de trabalho. Alinhado com o pecado capital anterior: saber quem é o público determina a forma de apresentar e a quantidade de informação. Um bom exemplo é com relação a precisão. Veja o exemplo abaixo. Se você está fazendo uma apresentação para diretoria, é provável que ela esteja interessada na ordem de grandeza, não nos centavos. Quem ignora a necessidade do público pode até levar a informação correta, mas talvez não da forma mais correta!
 



QUARTO: USAR DADOS NÃO CONFIÁVEIS

Este é um pecado importante. Os outros pecados podem deixar sua preocupação ruim, mas este aqui pode acabar com sua reputação. Não existe nada mais devastador do que ser questionado pela audiência sobre a credibilidade dos dados que você está apresentando, especialmente se ficar evidente que seus dados estão errados.
Montando apresentações ou dashboards, é imprescindível validar a base de dados utilizada. Não esqueça que o que a princípio parece ser uma grande descoberta que ninguém tinha visto antes pode ser um erro quando você baixou os dados do SAP e importou no Excel ou no PowerBI. Duplo cheque na fonte das informações!

QUINTO: USAR TIPOS DE GRÁFICOS INADEQUADOS

Você pode ter as suas preferências, mas montando uma apresentação ou um dashboard precisa ter em mente que existem melhores práticas para apresentar dados, particularmente em relação à escolha de tipos de gráficos. 
Gráficos de barra são meus preferidos: são ótimos para comparar categorias, fáceis de interpretar e bastante precisos, sem contar que podem ser combinados com gráficos de linhas para mostrar tendências.
Histogramas regulares, também conhecidos como gráficos de pizza, são ótimos para dar contexto e para mostrar partes de um todo, mas não são precisos porque nosso cérebro não lida bem com ângulos.

PARA SABER MAIS

Para se aprofundar no assunto de visualização de dados uma das melhores bibliografias é o livro de Cole Nussbaumer, Storytelling With Data (disponível na Amazon). Claro que você também pode fazer nosso curso na Inova!
 
É isso aí! Monte seu checklist dos cinco pecados capitais e use na próxima vez que montar uma apresentação ou um dashboard. Na próxima coluna darei algumas dicas sobre design. Até lá.

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