Inteligência Artificial para Negócios - por Fabiano Castello

Artigo

12 Outubro, 2019

Em 1981, Richard Feynman, famoso físico americano, introduziu a ideia de que com a mecânica quântica seria possível construir um novo tipo de computador, capaz de resolver problemas que nem poderíamos imaginar que seriam solúveis. De fato, nos últimos quase 40 anos as ideias saíram das lousas e foram para as universidades e depois para algumas das maiores empresas do mundo.

Uma dessas empresas é o Google e parece que finalmente a frase vaga de Feynman virou realidade. No mês passado, segundo o Google, seu computador quantum realizou, em pouco mais de três minutos, uma tarefa que o supercomputador clássico mais poderoso do mundo levaria cerca de 10 mil anos para ser concluído. É a chamada supremacia quântica, a teoria da física traduzida em realidade. 

Mas, da mesma forma que uma lâmpada não é uma vela melhor, o computador quantum não é um computador tradicional mais potente. Nossos computadores são de uso geral. Analistas compram para usar excel, fotógrafos para usar Photshop e programadores para usar Python. Os programas são diferentes, mas o hardware é o mesmo. E aqui entra a primeira diferença de um computador quântico: são desenvolvidos para fins específicos. Hardware e software são projetados para resolver um determinado problema. Sobre o funcionamento de computadores quânticos, do ponto de vista mais técnico, publiquei recentemente um post com uma seleção de vídeos.
 


Uma das muitas áreas que a computação quântica vai proporcionar avanços é em inteligência artificial, particularmente em algoritmos que utilizam redes neurais. Um computador quântico (por incrível que pareça) é mais lento para fazer um cálculo do que um supercomputador tradicional, por outro lado, faz milhares de operações paralelas. Digamos assim: ele faz no atacado o que o supercomputador faz no varejo, e isto cai como uma luva em cálculos matemáticos matriciais, que são o coração das redes neurais. A análise preditiva não será a mesma com a computação quântica!



Mas é sempre bom lembrar que inteligência artificial depende, primeiramente, de pessoas. O computador consegue resolver problemas desde que pessoas programem estes computadores para resolver tais problemas. E, antes disso, outras pessoas precisam definir quais são estes problemas e como podem ser resolvidos. E, é claro, também são pessoas que vão analisar os resultados desses algoritmos. É como sempre digo nas minhas aulas e palestras: a tecnologia pode avançar, mas o que realmente faz a diferença são as pessoas que vão se utilizar dessas tecnologias.

Muito dinheiro e massa cinzenta ainda terão que ser aplicados em computação quântica até conseguirmos ver seu uso difundido. Mas, de repente, este futuro ficou mais perto. E vai incluir você. Prepare-se!

Quer compartilhar suas experiências, tem dúvidas ou comentários? Mande uma mensagem!

Abraços e até a próxima coluna.

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O blog "Inteligência Artificial para Negócios" da Inova Business School é uma iniciativa de levar assuntos técnicos relacionados à novas tecnologias para a maioria das pessoas. Os assuntos em geral estão relacionados a big data, inteligência artificial, transformação digital, ciência de dados e DataViz. Você encontra mais informações, bem como o histórico de todas os posts, em fabianocastello.com. Para entrar em contato comigo use o email [email protected] ou acesse o QR code abaixo.