Devem os loucos ser levados a sério? - Por Luis Rasquilha

Inova em Foco

01 Maio, 2018

Cada dia mais a expressão "cê é louco" ganha força pela quantidade de ideias, projetos, empreendimentos que são pensados, criados e propostos um pouco por todo o mundo, sem fazer distinção de países, mercados ou tipos de negócio.


É comum quando alguém tem uma ideia (de negócio, produto, ou qualquer outro tipo de ideia) compartilhar com o seu círculo de contatos (família, amigos, colegas, ...) em busca de opiniões, ajuda, críticas ou mesmo incentivo. E se cada vez mais pessoas estão sendo picadas pelo tema do futuro, tendências e inovação e consequentemente empreendedorismo ainda é uma pequena minoria considerando a quantidade de pessoas no planeta.


Bem o fato é que é normal, ao compartilhar com outros determinada ideia ou projeto de ideia, escutar invariavelmente coisas como

"cê é louco"

"cara você precisa se tratar"

"como assim? isso não vai funcionar"

"ixi já vi isso há xxx anos e não rolou"

"onde você vai vender isso?"

E um monte de frases feitas que revelam ainda que o modelo mental do "sempre foi assim" continua bem vivo entre as culturas corporativas.


O medo do desconhecido, de sair da zona de conforto e de se jogar no incerto ainda ganha muitas vezes à vontade escrita (ou falada) de fazer diferente. 


No momento de transformação que o mundo vive em plena transformação de tudo uma atitude disruptiva e contra corrente ganha mais relevância, tanta quanto empresas tradicionais e modelos de negócios centenários vêm sendo devorados e substituídos por novos e mais ágeis entrantes.


Alguém pensava que blockbuster, kodak, toys r us, nokia entre tantos outros líderes nos seus mercados fossem engolidos por modelos mais ágeis e disruptivos como amazon, spotify, netflix ou uber?


Qual terá sido o grau de loucura de Richar Branson, Steve Jobs, Bill Gates, Elon Musk, Mark Zuckerberg ou Jeff Bezos só para referenciar os mais relevantes empreededores e visionários no momento?


Será que estes são loucos (ou como diz o nosso Professor Renato Cechettini) são muito loucos? É que os muito loucos fazem acontecer e os loucos apenas expressam intenção de fazer algo.


 Para responder á pergunta do título deste artigo 


Devem os loucos ser levados a sério?


Não. Os loucos não. Mas o Muito Loucos sim. Esse devem ser levados a sério e seguidos de perto porque nos ensinam que o estágio de muita loucura faz a coisa acontecer.


Por isso, se quiser vencer e ter sucesso no futuro próximo seja Muito Louco.

 

Luis Rasquilha

CEO da Inova Consulting e da Inova Business School. Professor convidado da FIA | USP, da FDC e da FT IE Madrid. Colunista da rádio CBN.

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