Capitalismo Consciente - O que esperar do próximo governo? - por Thomas Eckschmidt

Artigo

30 Outubro, 2018

O que esperar do próximo governo?

Thomas Eckschmidt (Cofundador do movimento capitalismo consciente Brasil).

A tempos vimos avançando em zigue zague, as vezes para a direita, e depois para a esquerda. As vezes dois passos para esquerda e um para direita, as vezes só para a direita e outras só para a esquerda. Nesse passo de siri vamos avançando por muitas décadas.

Não está na hora de pararmos, levantar a cabeça e tentar andar para frente, olhar o que cada um oferece de melhor e prosperar juntos?

Quando surgiu o capitalismo, na mesma época surgiu o movimento para contrapor a essas ideias, o socialismo. Hoje, depois de quase dois séculos, está evidente que o socialismo foi um sistema muito bom para dividir, mas falhou na parte de produzir, e o capitalismo, não ficou para traz, nesse modelo exploratório, o capitalismo foi muito bom em produzir e acabou esquecendo de distribuir.

Vivemos a oportunidade de fazer história. Nosso voto fez história, mas se ele vai ou não fazer parte da história, só saberemos lá na frente. Da mesma forma, os nossos novos lideres eleitos, na esfera federal ou estadual, tem a chance de fazer história e quem sabe ser a história que todos nós vamos nos orgulhar um dia.

Mas o que falta? Não falta uma coisa, faltam 4! Faltam 4 fundamentos de uma organização consciente, ou de uma nação consciente.

Falta um propósito comum, uma causa, um sonho do qual todos se sintam parte integrante. Qual o sonho para nosso país? O que poderia nos juntar para avançar para frente em um ritmo contagiante e menos de um lado para outros sem muito progredir. Na origem, nosso propósito, se assim podemos chamar, foi estampado em nossa bandeira, "ordem e progresso", em uma época caótica. Hoje já evoluímos muito mesmo parecendo que não existe tanta ordem e nem tanto progresso. Será que precisamos atualizar esse sonho, algo que todos concordem? Qual seria esse sonho coletivo? Deixo uma semente: "educação e prosperidade".

O segundo fundamento importante é que todas as partes afetadas precisam fazer parte da discussão e da solução. Se deixarmos alguém de fora, o único que iremos conseguir é um ponto de vulnerabilidade, e nós como empresários que movemos este país temos um papel importante de dar exemplo, ser inclusivos e reconhecer que o nosso sucesso é dependente daqueles que compõe o nosso ecossistema: funcionários, fornecedores, clientes, comunidade, investidores, e agentes reguladores. Nossa agilidade, criatividade e poder de transformação é muito superior a dos governos e para isso precisamos dar o exemplo e trabalhar para um propósito superior coletivo traduzido para nossa área de atuação. 

O terceiro fundamento, a cultura responsável. Através da integração de todos os envolvidos e afetados em prol de uma causa coletiva, onde conseguimos justificar nossos atos e decisões de maneira avançar a intenção ou propósito coletivo, criamos um comportamento coletivo que pode levar o nosso país a uma potência hoje e não ser aquele país do futuro que nunca chega.

O que mais preocupa é o quarto e último fundamento, isso tudo somente acontece se o líder está genuinamente interessado em abrir mão de ser egocêntrico e entender que seu sucesso depende do sucesso dos outros, somos todos interdependentes, e temos uma abordagem egocêntrica. A nossa dependência de um país melhor passa pelo reconhecimento do líder em relação a esses 4 fundamentos. Isso somente acontece de dentro para fora. Temos o líder certo para essa tarefa? Somente a história vai dizer se andamos para o lado novamente como o siri ou se andaremos para frente com uma causa comum, reconhecendo a nossa interdependência, criando uma cultura responsável e inspirados por um líder preocupado com o todo e não com o seu umbigo! Um líder verdadeiramente egocêntrico!

Mas o que nós, lideres da iniciativa privada podemos fazer para contribuir com essa oportunidade de fazer história? Alinhar o seu propósito organizacional com um propósito maior para a nação, e porque não "educação e prosperidade". Alguém vai dizer que a educação não é importante e que a prosperidade não vai nos levar coletivamente para outra era?

O que você pode fazer hoje para melhorar a educação, daqueles com que você se relaciona, no trabalho e pessoalmente?  Dos seus funcionários, clientes, comunidade e fornecedores? Como desenvolver relações que a prosperidade seja mutua? Como cada decisão comercial ou de negócio pode avançar a prosperidade e educação das partes envolvidas?

O que queremos é aplicar os fundamentos de um capitalismo mais consciente a uma organização ainda maior que as nossas próprias organizações: o nosso país consciente passa por um governo mais consciente. E a diferença do líder consciente para os demais, é o legado positivo que esta deixa quando deixa o seu posto de liderança. Qual é o seu legado? Qual é o legado que o seu trabalho vai deixar?

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