Big Data Analytics para Profissionais Non-Tech - Data Storytelling: Contexto é Fundamental para Credibilidade - por Fabiano Castelo

Artigo

12 Março, 2019

Apenas para reforçar: contar histórias não é um dom, é uma habilidade. É questão de técnica e treino, e para contar uma boa história com dados há necessidade de passar obrigatoriamente por seis passos - veja o artigo sobre isso aqui - sendo que o primeiro deles é entender o contexto.
Na coluna do mês anterior comentei sobre contexto no âmbito do relacionamento entre você, que entrega uma mensagem, e a sua audiência, que recebe a mensagem. Hoje vamos continuar falando sobre contexto, mas mais especificamente sobre visualizações de dados.

Contexto pode mudar completamente a mensagem

Vamos analisar o gráfico abaixo, que demonstra a margem de uma determinada empresa ao longo de cinco semestres. Vamos combinar? Apresente isso numa reunião de conselho e quem não ficaria feliz? Mais de 50% de aumento na margem no período! Reunião encerrada: vamos para o happy hour comemorar!



Mas a história real pode não ser bem assim. Veja o gráfico abaixo, que é exatamente o mesmo, mas com contexto: uma linha que mostra a média de outras empresas da mesma indústria. Se existe uma notícia positiva - que a margem cresceu - por outro lado vamos deixar a comemoração para quando estivermos pelo menos equiparados aos nossos competidores.



Esse é meu exemplo preferido para dar em aulas, porque fica absolutamente claro que o contexto pode mudar completamente como a mensagem é recebida pela audiência.

Gráficos específicos para dar contexto

Outro ponto importante, que vale tanto para dashboards (painéis de controle) como para apresentações, são os gráficos que existem para dar contexto.

O mais tradicional e talvez mais utilizado depois do gráfico de barras é o histograma circular, vulgarmente conhecido como "gráfico de pizza".  Tem a sua utilidade, mas, de uma forma geral, deve ser evitado. Nosso cérebro não processa bem ângulos e, desta forma, um "gráfico de pizza" somente serve para dar um contexto, para mostrar partes de um todo. Deve ser evitado porque não entrega direito a mensagem quando existe uma parte muito maior que as outras, e confunde quando existem muitas partes pequenas. Adicionalmente, jamais deveria ser utilizado sozinho, porque não permite uma visão mais analítica da informação. Pare e pergunte a si mesmo: qual "gráfico de pizza" você fez nos últimos tempos que não poderia ser em barras? O mesmo vale para os "gráficos de rosca", primos dos "gráficos de pizza".



Ainda na linha dos gráficos para dar contexto, os chamados mapas em árvore ou "tree maps" são excelentes. Ainda que não tenham capacidade analítica, geralmente permitem fazer "drill down" nos dados. Use com cuidado, mas mantenha no seu arsenal.



Existem outros exemplos, mas estes dois são os principais. Dentro da perspectiva que falei na coluna de janeiro, na próxima coluna vou comentar sobre o segundo passo para contar uma boa história com dados: escolher a forma correta de mostrar os dados visualmente. Até lá.

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