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O professor Anderson Pellegrino foi fonte para a matéria do Correio Popular

Inova na Mídia

04 Setembro, 2016

Dinheiro extra chega para os aposentados


Em um ano de consumidores endividados, qualquer recurso extra vai mesmo é para pagar as dívidas.

E não é diferente no caso da primeira parcela do 13º salário dos aposentados e pensionistas, que está chegando e vai injetar R$ 575,8 milhões na economia da Região Metropolitana de Campinas (RMC), conforme estimativa da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). Desse total, mais da metade (60%, ou R$ 345,5 milhões), vão para quitar débitos, principalmente empréstimos consignados.

 

A antecipação da primeira parcela começou a ser paga no último dia 25 e vai até o próximo dia 8. A segunda parte será depositada no final do ano. De acordo com cálculos da Acic, do valor liberado agora, os 40% restantes (R$ 230,3 milhões) serão utilizados para compras. Poupança ou aplicações financeiras estão fora do radar.

Apenas em Campinas, os aposentados e pensionistas receberão R$ 296,8 milhões. O professor de Economia da Inova Business School, Anderson Pellegrino, recomenda que do dinheiro deve ser utilizado de forma planejada pelos beneficiários.

"Os aposentados e pensionistas devem pensar em como irão usar o recurso. O pagamento de dívidas, principalmente aqueles débitos que cobram juros, mais elevados, deve ser a prioridade. Outra medida é fazer um contingenciamento do dinheiro já pensando no pagamento daquelas dívidas típicas de começo de ano, como IPVA e IPTU".

Ele ressalta que, mesmo se o abono for usado para compras, é preciso planejar os gastos. "Os aposentados e pensionistas devem pensar também nas suas compras. Se o dinheiro for usado para presentes de Natal, deve-se preferir sempre fazer as compras à vista. Evitar endividamento precisa ser uma regra", afirma.

 

O especialista diz que, se for possível, os aposentados e pensionistas também devem guardar uma parcela dos recursos. "Manter uma poupança é sempre uma medida coerente". Mas apesar dessa recomendação do economista, o estudo da Acic mostra que não deve sobrar nada nas mãos dos beneficiários.

Gastos

O empréstimo consignado se transformou em uma tábua de salvação para muitos aposentados e pensionistas, que buscam o dinheiro para cobrir os rombos no orçamento doméstico. De acordo com dados do Banco Central, o saldo do crédito consignado de beneficiários do INSS neste ano é de R$643,4 bilhões.

Pellegrino lembra que atualmente os aposentados têm uma grande contribuição nas finanças domésticas. "Em muitos lares, o dinheiro da aposentadoria se tornou fundamental para manter o orçamento familiar. Muitos beneficiários bancam as despesas de filhos e netos que ficaram desempregados", diz.

O aposentado José Maria Lima, de 70 anos, é um exemplo. Ele sabe muito bem como é garantir o pagamento das despesas da família mesmo depois de sair da ativa. "Há muito tempo que minha aposentadoria serve para bancar as despesas da minha família. Hoje em dia os filhos estão voltando para a casa dos pais, ou então nem saem. Vou usar a primeira parcela do meu 13º para pagar contas", conta.

Já a também aposentada Ana Pinheiro, de 83 anos, vai usar o dinheiro extra para viajar. "Vou usar essa parcela do 13º no final do ano. Planejo viajar e o dinheiro vai ajudar a complementar os gastos".

Já Gilberto Alípio, de 77 anos, vai mesmo é pagar dívidas. "Não vai ter jeito. Vou pagar as contas e, se sobrar alguma coisa, vou deixar para o final do ano, talvez para uma viagem".

Já Romney Leite, de 83 anos, diz que o valor que recebe é tão pequeno que só ajuda mesmo a pagar as contas. "Não dá nem para entrar no orçamento", lamenta.

 

Fonte: Correio Popular