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E agora, RH? 79% dos profissionais largariam o emprego por home office

Artigo

11 Julho, 2023

Entre as mudanças - ou melhor, acelerações que a pandemia da Covid-19 trouxe ao mercado de trabalho, é mais do que natural que o olhar para a saúde mental, o investimento em tecnologias e os modelos híbrido e a distância de trabalho sejam as de maior destaque. Entretanto, ao mesmo tempo que muitas empresas aproveitaram a primeira oportunidade para retomar o presencial, a insatisfação dos colaboradores com a ação pode ser um problema para os gestores. Segundo pesquisa da Revelo, por exemplo, 79% dos profissionais preferem se demitir a perder o home office.

Com a flexibilização da rotina profissional, as empresas precisaram se modernizar e instituir ferramentas, equipamentos e gestão de times que funcionassem a quilômetros de distância dos escritórios. A habilidade de reformular o estilo de trabalho, entender o momento e reinventar os negócios foi o primeiro grande desafio corporativo dos anos de maior incidência do coronavírus.

Além disso, o trabalho remoto trouxe a muitos profissionais a possibilidade deles expandir os horizontes de suas carreiras. De acordo com um estudo feito pela Opinion Box em parceria com a Futuros Possíveis, 70% dos entrevistados já consideraram vagas remotas em companhias estrangeiras.

Para muitos profissionais formais, PJs e freelancers o benefício de receber em moeda estrangeira transforma essa vontade em uma meta a ser alcançada. Nisso, a capacidade de trabalhar a distância, seja para liderar ou como liderado é um facilitador.

Embora se reconheça que a presença física e o trabalho no escritório são importantes para a conexão e a colaboração, os colaboradores resistem em retornar, receosos de perder a flexibilidade conquistada nos últimos três anos.

Grandes empresas dos EUA têm adotado iniciativas e oferecido benefícios, como almoço gratuito, café sofisticado e auxílio transporte, para incentivar os colaboradores a voltarem ao escritório. No entanto, a taxa de adesão ainda fica abaixo do esperado, com menos de 50% dos funcionários retornando.

A gigante de tecnologia Salesforce comprometeu-se a doar US$ 10 para instituições de caridade a cada dia em que os funcionários trabalharem presencialmente, em uma tentativa de mobilização. O Google, conhecido por seus benefícios como massagens, lavanderia e áreas de lazer, também está pressionando os colaboradores a voltarem ao escritório. Essa pressão é observada em grupos como Disney e Starbucks, e empresas brasileiras estão atentas a essa tendência, movimentando-se para adotar iniciativas semelhantes.

Na visão da VP de RH da Continental para Brasil e Argentina, Ana Claudia Oliveira, as empresas devem olhar com maior atenção para uma palavra-chave: flexibilidade. Aquelas que não são tão adeptas do modelo remoto podem encontrar um meio termo no modelo híbrido tornando-o, é claro, vantajoso e justo tanto para quem é a favor do presencial e para quem prefere o remoto.


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